HISTÓRICO DA ESTAÇÃO: A estação de Jataí, depois Jataí-Paraná e finalmente Jataizinho, foi inaugurada em 1932, como ponta de linha da E. F. São Paulo-Paraná, aguardando as obras da ponte sobre o rio Tibagi, muito próxima a ela, para cruzar o rio e alcançar Londrina - o que se deu somente em 1935. "Meu pai, Ferrúcio Manfrinato, aí por 1930, deixou São Pedro, perto de Piracicaba, para tentar a sorte no Norte do Paraná, cujo centro importante era Londrina, que seria o polo da colonização e chegada dos trilhos da Estrada de Ferro São Paulo-Paraná. Naquele tempo, tudo mato. A ponte ferroviária estava em construção. Meu pai era trabalhador braçal, antes ajudava meu avô em lavoura de café. Chegou a ser um microempresário de indústria de gordura animal e açougue e dono de hospedaria e restaurante. O ponto principal, que me atinge, é a estação ferroviária do então Jataí-Paraná, pois minha casa ficava vizinha e eu, com 10 a 13 anos, ganhava uns trocados carregando mala da estação até ponto de ônibus ou ao Hotel Jataí, de João Manfrinato. Todo dia era como uma festa a chegada do trem vindo de Ourinhos com passageiros procedentes de São Paulo e de outras partes do Brasil, do Nordeste e às vezes até estrangeiros. O trem apitava na curva longínqua, resfolegava; ao chegar batia o sino, sendo que a estação também tinha sino. Daí os viajantes desembarcavam dos vários vagões, e os moleques estavam prontos para pegar as malas. Enquanto aguardávamos a chegada do trem, nós garotos brincávamos por ali e o mais habitual, para evitar o sol quente, era jogar pedrinhas embaixo da caixa d'água. Havia dois jogos, um com 5 pedrinhas e outro com 20. E a gente passava às vezes mais de hora "jogando", com brincadeiras, piadas, algazarra, próprias de crianças. Alguma briguinha também. Às vezes também bolinhas de gude. E correrias tipo esconde-esconde, utilizando os vagões estacionados no pátio, pois havia outros dois desvios com uns 300 m de extensão. Ali havia extração de areia do Rio Tibagi e olarias de fabricação de telhas e tijolos, e os produtos, transportados em vagões-gôndolas para vários destinos. Então, a sombra da caixa d'água, de ferro e forma aproximadamente cúbica era o nosso ponto ou refúgio num tempo em que a gente nem reparava na forma e aspecto dela e, somente após um bom tempo é que a gente, com saudade, vendo-a ainda nas fotos de 2001 em seu aspecto original, relativamente bem conservada, lhe dá uma importância histórica associada a um sentimento de veneração por algo que não atinge os estranhos não vinculados ao papel que, durante muitos anos, desempenhou" (Paulino Manfrinato, Curitiba, PR, 06/2005). "Em Jataizinho, a estação estava fechada, porém não tão abandonada assim. Havia uma certa conservação, ao menos melhor que a de Uraí. Deparamo-nos lá com alguns veículos de manutenção da ALL, da equipe de correção geométrica. Revendo fotos antigas, da mesma ferrovia, percebi que a caixa-dágua está como nova, que apenas uma camada leve de ferrugem a cobriu" (Douglas Razaboni, novembro de 2001). A estação serve hoje (2010) à concessionária ALL. Em 2000, tinha 4 desvios no pátio. A caixa d'água, essa foi demolida, sabe-se Deus por que. |
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